terça-feira, 24 de março de 2009

“Curiango” diz que Newtão pode peitar Hélio Costa na convenção do PMDB no ano que vem




Também chamada de bacurau, curiangu, coriavo, engole-vento e mariangu, a ave "Curiango" tem hábitos noturnos, quando prefere manter-se acordada e atacar suas presas mais facilmente.



Por Abreu Saldanha


Um leitor que atende que pela singela alcunha de “Curiango”, postou comentário neste espaço acerca da matéria “Hélio Costa, Pimentel, Patrus e Anastasia, o candidato a “Cristiano Machado do Século XXI”. Observa o atento leitor que, contrariamente ao que deu a parecer o texto deste escriba, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, não goza de posição tão cômoda quanto parece no seio do PMDB mineiro. Segundo “Curiango”, a despeito da invejável posição que ostenta na pesquisa Datafolha divulgada no último final de semana, é preciso lembrar que Hélio Costa está na estrada na condição de "candidato a candidato a governador" há mais de 20 anos, daí o recall de que hoje desfruta.

“Curiango” chama atenção ainda para um fato que pode realmente provocar debate: afinal, quem é o verdadeiro grupo de Hélio Costa no PMDB? O leitor desafia, em seu comentário, alguém apresentar um helista “seguidor fiel e com representatividade política”.

Não bastasse, “Curiango” ainda adverte que para se consagrar candidato pelo PMDB à sucessão de Aécio Neves, o atual ministro das Comunicações terá que se haver com o ex-governador Newton Cardoso, este sim, segundo o leitor, verdadeiramente o controlador de grande parte dos diretórios do PMDB em Minas. E, conforme dá a entender “Curiango” em seu comentário à postagem de ontem, Newtão ainda não perdeu seu jeitão “trator” e já teria deixado escapar a ouvidos mais privilegiados de seu convívio de que pode ir à convenção bater chapa com Hélio Costa só para manter a escrita de que o PMDB é mesmo um partido “partido”.


  1. Curiosidade histórica Em 1998, para conseguir sair candidato pelo PMDB, o ex-presidente Itamar Franco – este sim amigo de priscas eras de Hélio Costa – teve que se dobrar à vontade do trator Newtão, aceitando-o como vice em sua chapa. Deu-lhe o troco depois, como é do estilo de Itamar, deixando-o na mão, sem qualquer poder no pífio governo que desenvolveu nos quatro anos em que ocupou a cadeira onde um dia sentaram-se homens da estirpe de Afonso Pena, Israel Pinheiro e Tancredo – ou mesmo Magalhães Pinto, para que não sejamos acusados de “pessedismo enrustido”.
  2. Curiosidade ornitológica “Curiango”, comumente conhecido no Brasil por “Bacurau”, é uma ave noturna, de longos rabos. Detalhe importante é que o atencioso leitor postou seu comentário altas horas da noite, fazendo jus, portanto, ao apelido com que se auto-intitula.

segunda-feira, 23 de março de 2009

PBH pode paralisar atendimento a portadores de necessidades especiais




Marcelo Teixeira, secretário de Saúde da PBH










Por Herivelton Moreira
hemocos@yahoo.com.br

Aproximadamente 360 portadores de necessidades especiais podem ficar sem atendimento do SUS na Região Metropolitana de Belo Horizonte a partir de abril. Por falta de pagamento por parte da Prefeitura de Belo Horizonte, as empresas que fornecem produtos e serviços ao Centro de Reabilitação da capital (Creab-BH), órgão da Secretaria Municipal de Saúde, estão paralisando o atendimento esta semana.

As empresas estão sem receber suas faturas junto ao Creab desde outubro do ano passado e já não podem mais fornecer órteses, próteses e cadeiras de rodas. Elas são microempresas e se espremem entre a falta de pagamento da PBH e as cobranças cartoriais de seus fornecedores. (No caso das próteses apenas três empresas dominam 95% do mercado mundial do produto).

A secretaria municipal de saúde de Belo Horizonte confirmou o débito junto às empresas, mas em resposta ao blog (www.politicadasgerais.blogspot.com) não definiu quando vai pagar as empresas, alegando que o assunto está no departamento jurídico. Alguns empresários informaram que há quinze dias vem sendo pleiteada uma reunião com o secretário municipal de saúde, Marcelo Teixeira, sem resultados práticos.

Referência – o Creab-BH atende a uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde de concentrar numa cidade-pólo os atendimentos especializados em órteses, próteses e cadeiras de rodas entre outros meios de locomoção. Os usuários do SUS de toda a RMBH buscam atendimento na capital, referenciados pelos postos de saúde de seus municípios. A paralisação em BH vai atingir moradores de cidades de grande porte, como Betim, Contagem, Nova Lima e Sete Lagoas.

Credenciamento – o ano passado o Creab-BH abriu o credenciamento de empresas para o fornecimento e comunicaram aos credenciados de 2007 que seus contratos em andamento venceriam em dezembro de 2008. O curioso é que o prazo de credenciamento, que normalmente é de 15 ou 20 dias, foi ampliado para mais de cinco meses.

Na época a alegação é que uma das empresas interessadas em participar do credenciamento, a Castelo de Campinas-SP, solicitou tempo para se adequar às exigências técnicas e legais do processo administrativo. A curiosidade aumenta, de acordo com um dos empresários credenciados, com o fato do setor financeiro da Secretaria Municipal de Saúde ter informando que não consegue pagá-los porque a Castelo está com a documentação irregular junto a PBH.

A dívida da PBH com as empresas ultrapassa a casa dos R$ 700 mil. Só uma delas espera receber quase R$ 180 mil.

Hélio Costa, Pimentel, Patrus e Anastasia, o candidato a "Cristiano Machado do Século XXI"






Por Abreu Saldanha



Nenhuma novidade. Pelo menos à primeira vista. O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB) venceria hoje as eleições para governador de Minas. Eleição mesmo só em 2010, mas ele apresenta uma invejável vantagem em relação aos demais aspirantes a substituir Aécio Neves no Palácio da Liberdade. Hélio, embalado pela exposição do cargo de ministro e de senador e ainda contando com o recall de quem foi candidato ao governo de Minas por duas vezes – 1990 e 1994 – flana sobre adversários que, pelo menos por enquanto não o ameaçam.

A primeira pesquisa de intenção de votos para medir o nível de apoio aos pretensos candidatos a governador, feita pelo instituto Datafolha, do jornal Folha de S. Paulo, apresenta Costa com folgada liderança em todos os cenários propostos – seja enfrentando Patrus Ananias ou Fernando Pimentel do PT, seja encarando o pretenso ungido de Aécio, o atual vice-governador Antonio Anastasia (PSSB).

Um pouco de surpresa aparece quando se compara os desempenhos dos petistas Patrus e Pimentel, com este muito à frente daquele. Mas, como analisa o próprio Datafolha, é explicável pela expressiva presença do recém-substituído prefeito da capital em Belo Horizonte, maior colégio de Minas. Em Belo Horizonte, onde se concentram ¼ dos eleitores do Estado, Patrus, embora tenha sido também governante da cidade, perde feio para Pimentel.

De acordo com o Datafolha, nos dois primeiros cenários, com quatro candidatos, Hélio Costa lidera com 41%, seguido pelo também ministro do governo Lula, o petista Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), com 11%. Na sequência vêem o vice-governador Antonio Anastasia (PSDB), com 5%, tecnicamente empatado com a desconhecida Maria da Consolação Rocha (PSOL), que aparece com 4%.

Quando Patrus é substituído pelo ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, a vantagem de Costa cai de 30 para 13 pontos. O ministro das Comunicações a alcança, então, 37%, contra 24% de Pimentel. Detalhe importante: neste quadro Pimentel abocanha metade dos votos de Belo Horizonte e região metropolitana. Mas Hélio Costa recupera a dianteira no interior. Anastasia, oficialmente o candidato do governador Aécio Neves, mal chega a 4% das intenções de voto.

Hélio Costa deve ter aprendido algo com as derrotas acumuladas em 94 e 98. Aqui vale lembrar o insólito ataque de nervos que acometeu o hoje ministro. Se para muitos eleitores é praticamente impossível esquecer o quebra-quebra de telefones e computadores no comitê de Costa no final da descabida derrota para o tucano Eduardo Azeredo em 1998, imagine para o próprio Hélio Costa... Para os pobres funcionários do escritório político do candidato na época, então, nem se fala...

Os números revelam, porém, dois fatos importantes:
1 – Se for enfrentar Pimentel, Hélio Costa terá que traçar estratégia especial para a região metropolitana da Capital, onde perde feio para o ex-prefeito;

2 – O suposto candidato do governador Aécio Neves, o atual vice Anastasia, do PSDB, tem muito chão pra andar se quiser não fazer feio no pleito de 2010. É indiscutível que no atual cenário mineiro qualquer candidato que venha a contar com apoio de Aécio tem reais chances eleitorais, mas ainda assim, a se manterem os números, Anastasia terá que trabalhar muito para, no máximo, perder de pouco e ter alguma influência num eventual segundo turno. Mas a questão é saber até que ponto seu padrinho Aécio está efetivamente interessado numa vitória sua em 2010.

Nunca é demais lembrar que, em política, o outro nome de Minas é traição. E isto não é de hoje. É só lembrar do sabarense Cristiano Machado, que, antes de ser apenas nome de uma importante avenida de Belo Horizonte ocupou manchetes em todo o país quando, em 1950, induzido por seu poderoso partido na época – o PSD – lançou-se a uma disputa insana pela Presidência enquanto seus correligionários trabalhavam, na surdina, pelo retorno de Getúlio Vargas ao Palácio do Catete, então sede da Presidência da República.

O episódio fez com que Cristiano Machado inaugurasse um novo verbete no dicionário político nacional, em que “cristianizar” passou a significar “entregar à própria sorte”, “trair para ganhar com outro que não seja correligionário”. Anastasia seria o Cristiano Machado do século XXI?

quinta-feira, 19 de março de 2009

Mesmo com a resposta, ficamos sem respostas













Por Herivelton Moreira
hemocos@yahoo.com.br

http://www.youtube.com/watch?v=5eWvW55ws1I

Retornando ao caso do ex-reino do senhor Helvécio Magalhães na secretaria de saúde de BH (governo Pimentel), eis a resposta da atual assessoria de imprensa da pasta para o questionamento feito pelo www.políticadasgerais.blospot.com edição passada.

“A Secretaria Municipal de Saúde informa que o atraso no pagamento das empresas fornecedoras de órtese, prótese e cadeiras de rodas para o CreabBH deveu-se ao vencimento do credenciamento de 2005 (chamamento 002/2006). O processo para os pagamentos está em análise na assessoria jurídica, já que os fornecedores faturaram notas fiscais após o vencimento do chamamento 002/2006”.

Assinado: Gerência de Comunicação Social Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Contatos: (31) 3277-7756 / 7821 (fax) / http://br.mc561.mail.yahoo.com/mc/compose?to=gcso@pbh.gov.br

Para quem não conhece esclarecemos que, no caso de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, tais como cadeira de roda, os preços pagos por todas as secretarias municipais de saúde do país seguem uma tabela denominada SIASUS. Isto significa que não existe concorrência, apenas habilitação técnica e burocrática das empresas do ramo interessadas no fornecimento. Este ato, perfeitamente legal, é intitulado CHAMAMENTO PÚBLICO, por onde se realiza o CREDENCIAMENTO.

Credenciadas as empresas, os lotes são distribuídos igualitariamente. Exemplo: a PBH vai distribuir 200 cadeiras de roda e tem quatro fornecedores. Cada um fornecerá 50 cadeiras. Mas o CREDENCIAMENTO só é válido por um ano. Sendo assim, o pessoal do Pimentel ou seria muito burro ou incompetente. De acordo com a resposta da Secretaria as empresas continuaram a emitir notas fiscais mesmo “após o vencimento do chamamento 002/2006”. Os usuários do SUS de BH continuaram a ser atendidos em 2007, 2008 e 2009. Ora, se estão sendo atendidos em 2009, então o pessoal do Lacerda, que assumiu dia em primeiro de janeiro, manteve as “irregularidades”???!!!

Pelos documentos acima se observa que ocorreram CHAMAMENTO PÚBLICO E CREDENCIAMENTO em 2007 e 2008. Note-se ainda que o cabeçalho do contrato devidamente assinado pelo senhor Helvécio Magalhães e o Procurador Geral do Município na época Marco Antônio Resende Teixeira, é datado de 30 de outubro de 2008 e se refere ao CREDENCIAMENTO 001/2007.

Para que a Prefeitura pague e o seu titular não seja enquadrado na lei de responsabilidades fiscais, é preciso que a documentação esteja “amarrada”. Para isto a PBH, através de sua secretaria de saúde, firma convênio com o Ministério da Saúde, através do SUS, para fornecer aos usuários do mesmo as órteses, próteses e meios de locomoção pedidos. Então perguntamos: como a PBH manteve o atendimento no Creab em 2007, 2008 e nos dois meses e meio de 2009, se o CREDENCIAMENTO terminou em 2006???!!!

Estaria a secretaria de saúde de BH empurrando o assunto para as empresas???!!! Será que irá culpá-las pelo problema???!!! Acontece que todas as empresas fornecedoras trabalham mediante a apresentação de uma GUIA DE FORNECIMENTO, devidamente assinada e carimbada por funcionários do Creab-BH. Depois tiram medidas, formatam moldes, provam e concluem o trabalho que é submetido para aprovação a fisiatras, fisioterapeutas e ortopedistas.

E tudo isto foi feito durante dois anos e quase três meses de forma irregular???!!!
Alguma coisa não vai bem, agora, no REINO DO LACERDA, uma vez que esta resposta complica mais do que explica. Por falar em explicar, como a Ortopedia Castelo Ltda, empresa com sede à rua Salustiano Penteado, 126, Botafogo, na cidade de Campinas-SP, foi credenciada para atender em Belo Horizonte???!!! Por que o CEDENCIAMENTO de 2008 demorou cinco meses para fechar se o procedimento padrão não passa de 20 (vinte) dias???!!!

Daqui a pouco chamaremos a direção da ABOTEC - Associação Brasileira de Ortopedia Técnica nesta conversa. A entidade administra um acordo entre suas filiadas que prevê o atendimento ao SUS apenas no seu estado de origem. As empresas paulistas ficaram furiosas, em 2007, quando uma empresa mineira tentou participar de um pregão eletrônico do INSS em São Paulo. No entanto, a Castelo se credenciou em BH e atende desde o ano passado.

Algumas perguntas ficaram no ar. A principal delas é sobre o dinheiro para pagar as faturas atrasadas desde o ano passado. As empresas de órtese e prótese são micro “montadoras”. Elas têm o lucro achatado pelas multinacionais fabricantes dos produtos e a tabela SIASUS, que depois de 16 anos foi reajustada em apenas 30% o ano passado. Algumas já têm títulos protestados em função do presente atraso da PBH. Acredito que, em uma semana, os usuários do SUS de BH portadores de necessidades especiais ficarão sem atendimento.

terça-feira, 17 de março de 2009

Há algo de podre no reino...




Shakespeare foi um gênio que, entre outras, nos deu uma frase adapatável a diversas situações, como agora.


Há algo de podre no ex-reino do secretário Helvécio Magalhães???!!!



Por Herivelton Moreira

"Há algo de podre no Reino da Dinamarca”. A célebre frase de Hamlet (personagem da obra literária de Shakespeare), já foi adaptada a diversas situações. Esta é mais uma. Há algo de podre do no ex-reino de Helvécio Magalhães???!!! Ele foi secretário de saúde do governo Pimentel na PBH. Só que uma bomba relógio ficou para o pessoal do Lacerda desarmar.

As empresas de órtese, prótese e que fornecem cadeiras de rodas para o Creab BH estão sem receber desde outubro e mantendo a prestação de serviços. Nada demais, se falamos em crise. Só que o dinheiro é carimbado e só vem de Brasília com previsão de gastos. Temos também a mudança de comando na Prefeitura.

Tudo bem, mas o novo prefeito de Montes Claros recebeu o mesmo setor com os pagamentos atrasados e normalizou a situação em fevereiro, além de anunciar aumento da verba para março, abril e maio.

O que chama atenção, e que nos remete à famosa frase de Hamlet, é a explicação dada pelo financeiro da Secretaria Municipal de Saúde de BH para o atraso e, até agora, a intenção de não pagar as empresas. Eles dizem que uma empresa, a Castelo, com sede em Campinas-SP, está com a documentação irregular e, por isto, nenhuma empresa pode receber a fatura.

E o “kiko”!!!??? Me indagou um dos seis empresários que têm dinheiro a receber. Ele cumpriu as exigências burocráticas e os contratos são individuais. Como a prefeitura responde que não pode pagá-lo porque a paulista Castelo está irregular? Só ele tem quase R$ 200 mil para receber.

Algumas perguntas: o que teria acontecido com o dinheiro no apagar das luzes do reinado de Helvécio Magalhães???!!! Sumiu???!!! Desviado para outros pagamentos???!!! É uma grana carimbado, ou seja, tem finalidade específica e não pode custear outros setores.

Em 2008 levaram mais de quatro meses para fechar o credenciamento das empresas. Porque então o pessoal do Lacerda disse que a Castelo de Campinas está com documentação irregular???!!! Quem aprovou o credenciamento da Castelo de Campinas se ela estava com a documentação irregular???!!!

Esperamos durante 12 dias por uma resposta da Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Saúde para tais perguntas. O espaço está aberto...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Aécio X Serra - As diferenças começam na tropa de choque







Aécio e seu estilo low profile; Serra e seu estilo always down
Por Hélio Caled
A polarização entre o Palácio da Liberdade X Palácio dos Bandeirantes na disputa da vaga do PSDB às eleições da presidência em 2010 coloca frente a frente o estilo de fazer política entre ambos os governadores.
Em comum, ambos receberam os estados destroçados administrativamente e financeiramente. Só que Aécio conseguiu recuperar com melhor eficiência a capacidade de realização de investimentos públicos de Minas Gerais, enquanto Serra, ainda em seu primeiro mandato como governador, não deu mostra de que conseguiu dar mais combustível ao estado locomotiva do Brasil.
No entanto, o que se ouve da comparação dos dois? Quando se escuta a opinião dos analistas políticos dos botecos do Mercado Central, dos salões de barbeiros, dos taxistas e das salas de esperas dos aeroportos, a opinião popular é unânime em apontar diferenças radicais entre os estilos dos pré-candidatos.
Do Serra, que é um “espanta rodinhas", escuta-se em Brasília. Do Aécio, que seus fins de semana cariocas, são típicos de um solteiro bon-vivant, com muito regalo e mulherada sarada.
Serra vê problema em tudo, Aécio propagandeia solução para tudo.
Serra gosta de ser mais inteligente que sua equipe. Aécio dá espaço para a equipe brilhar. Serra utiliza palavras duras. Aécio é mineirinho com as palavras.
O tempo verbal utilizado por Serra é o presente. Aécio usa e abusa do pretérito imperfeito.
Serra tem uma tropa de choque experimentada politicamente para garantir sua candidatura. A tropa de choque do Aécio é composta por Luciano Hulk, Ronaldinho Fenômeno e Natália Guimarães, ex-miss Brasil.

E você, como avalia as diferenças entre os dois?

O PT e seu "muro das lamentações"


Pimentel, o patrono da vereadora Neusinha Santos, está sendo comparado por muitos petistas a Joaquim Silvério, o "Judas" da Inconfidência Mineira que levou Tiradentes para o cadafalso



Por Herivelton Moreira da Costa

Ao que tudo indica o PT mudou o famoso monumento de Jerusalém para a Praça Sete, em Belo Horizonte. É que militantes do partido desempregados se encontram por lá em grupos de 20 ou 30 e choram o apoio que deram a Márcio de Lacerda. Eles se sentem lesados por Pimentel e Virgílio Guimarães. Imagine, nesta crise, perder um polpudo emprego cultivado ao longo dos últimos 16 anos...

Lacerda mandou fazer “um limpa” de petistas na administração. Só da vereadora Neusinha Santos foram colocados para fora 100 indicados, incluindo três ex-maridos. A parlamentar, que outrora ostentava poderes de “líder do governo” na Câmara Municipal, está deprimida.

Aos íntimos, ela abre o coração e reclama que está totalmente sem chances, no momento de se eleger deputada estadual, um sonho que acalanta há anos. A permanecer a situação atual corre o risco de sequer se reelege vereadora em 2012.

O maior problema de Neusinha não é perder apoio de bases políticas. É levar o nome de “traidora”. Breve divulgaremos dados de uma pesquisa inédita feita com militantes e vereadores do PT no interior mineiro. Já deu para perceber que imagem de Fernando Pimentel está mais para Joaquim Silvério dos Reis que para Tiradentes...

O retorno da censura



Moradores protestam por não aceitar a situação em que está após o pleito de 2008.















Imprensa de Itabirito vem ocultando da população o escândalo na prefeitura, onde irmão ocupa cadeira para outro irmão continuar mandando






Por Herivelton Moreira da Costa



Chico Buarque, o ícone do fim da censura brasileira, certamente ficaria irado com o que acontece em Itabirito. De Janeiro para cá os jornais que circulam pela cidade só fazem por “atacar” a oposição e “defender” a administração do prefeito interino Alexander Salvador e seu irmão, o ex-prefeito, Waldir Salvador, o Juninho.

Alguns textos são hilários, principalmente os do jornal O Grito, que não disfarçam a posição do veículo. Eis algumas pérolas: O Grito, edição 313, de 25 a 31/01/2009 – “O Tribunal de Contas não conhece nossos opositores, por isto, acabam concordando com eles..” O jornal se coloca como parte da administração.

Na coluna do Wilson Luiz de Oliveira da edição do dia 14/02/2009, está publicado: “O prefeito Juninho, pode até não ser perfeito, mas ninguém é mais gestor, como ele, não temos outros...” Nesta mesma edição temos a matéria que informa à população sobre o “altruísmo” do ex-prefeito que hoje trabalha como voluntário. Nota-se que o texto tem fio, mas não contém os dizeres Informe Publicitário, como determina a lei.

O melhor de todos, entretanto, é o título da primeira página da edição 310 de 10/01/2009, onde o jornal O Grito estampa: “Reinicia, o segundo governo `Interino´ dos Tucanos”. O jornal Regional, que circula em Mariana, Ouro Preto e Itabirito, é mais profissional, mas também não dá voz e vez a oposição.

Alguém aí acredita que os jornais e rádios de Itabirito são “voluntários” como o ex-prefeito? Existem informações de que só um deles teria recebido R$ 35 mil de verba publicitária. Se for verdade a tabela de anúncios na cidade supera, em muito, o centímetro por coluna de jornais de grande porte no estado.

Alô Ministério Público: é preciso segurar o dinheiro público antes que escorra pelo ralo.



Dilma candidata dos mineiros? Pode um trem desses?


Por Hélio Caled

Os mineiros vêm Dilma Russeff mais gaúcha que mineira? Seu estilo em nada faz lembrar o velho jeitão dos mineiros fazer política, aquele estilo quem gostar de comer pelas bordas. Com seu ar de mandona, Dilma é direta, fazendo tremer quem ousa enfrenta-la à frente da Casa Civil da Presidência da República, e assumindo cada vez mais a condição de candidata à sucessão de Lula.
É um estilo que contradiz - fere até! - o jeito mineiro de fazer política, onde prevalece a conversa recheada de trejeitos afáveis, embora nem sempre sinceros. O enfrentamento entre os políticos mineiros, quando se dá é mais suave, regado à cafezinho e pão de queijo, muita conversa de gabinete e ao pé-da-orelha. Vale mais os bastidores que o jogo para a platéia - leia-se imprensa.
Já Dilma, embora mineira, foi forjada na política pelos gaúchos. Nascida e criada até a adolescência em BH, engajou-se nos movimentos de esquerda na década de 60, sendo presa e torturada. Quando saiu da prisão, em meados dos anos 70, teve que se mudar para o Rio Grande do Sul para acompanhar o marido, este sim, gaúcho dos Pampas - Carlos Alberto - , que também estava preso e fora transferido para Porto Alegre.
Mineiramente Dilma arranjou um jeitinho de ficar perto do marido na prisão: foi dar aulas aos presidiários. Em Porto Alegre que Dilma cursou Economia, constituiu família e teve uma filha -Paula. Posteriormente, concluiu mestrado e doutorado em Campinas. Junto com o marido de então, entrou na militância política gaúcha. Primeiramente no PDT onde uma de suas primeiras tarefas foi a elaboração do programa de governo de Alceu Collares na disputa pela prefeitura da Capital, em 1985.
O projeto foi escrito na casa dela. Depois da vitória, o partido queria a nomeação de uma mulher no primeiro escalão. Collares optou por Dilma na pasta da Fazenda. Em 1999, no governo Olívio Dutra, após um racha entre PDT/PT, Dilma migrou para as hostes petistas. Integrou a equipe ministerial de Lula desde o primeiro mandato, inicialmente na pasta das Minas e Energia, sendo catapultada depois para ocupar a Casa Civil, devastatada pelo vendával do mensalão que derrubou o até então inabalável José Dirceu.
Testada em seu primeiro escândalo, Dilma sobreviveu bem ao episódio da divulgação do dossiê dos gastos com cartões de crédito da família do ex-presidente FHC. Apesar de fartamente explorado pela imprensa, a repercussão do caso não afetou a ministra. Dilma, que estreiou 2009 de rosto novo após uma bem conduzida cirurgia plástica, tratou logo de se posicionar firmemente como a candidata do PT à Presidência da República em 2010, uma postura que interferiu drasticamente nos planos presidenciais do governador de Minas, Aécio Neves. (Leia artigo postado neste Blog em 08/03/09).
Guindada por Lula ao posto de "mãe do PAC" ela é mais conhecida pela sua capacidade técnica do que pelo seu estilo político. No entanto, o cargo de ministra da Casa Civil coloca-a numa posição estratégica para fazer política. Porém, há um curioso distanciamento que chama a atenção, particularmente dos mineiros: se já se assumiu como candidata, por que Dilma Rousseff ainda não conseguiu fazer com estrelas do PT mineiro abraçassem seu nome? Afinal, Patrus, Virgílio, Reginaldo, Dulci e outros expontes mineiros do petismo no Governo Lula não vão ou não dar a cara a tapa e mostrar-se a favor de Dilma? E o que dizer de Hélio Costa, (PMDB), ministro das Comunicações, e do outrora poderoso ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, hoje discreto deputado, submergido do noticiário político nacional e regional? Também estes vão esquivar-se de apoiar a minerucha?
Isto remete a uma pergunta óbvia: apesar de ter nascido em Minas, seria Dilma a candidata dos mineiros? Difícil fazer este pessoal descer do muro, pelo menos enquanto Aécio estiver a vigia-los. O único mineiro a dar seu apoio a Dilma desde primeira hora foi vice-presidente José Alencar. "Dilma supriria a saudade de ver um mineiro na Presidência da República", disse Alencar.
Dos demais expoentes da política da Gerais ainda se ouviu viv´alma expressar com clareza sua opinião. E isto pode custar caro à candidata de Lula! Apreciadora de ópera e tragédias gregas, além de ter vivido por muito tempo na região fronteiriça com a Argentina, Dilma talvez esteja contaminada pela síndrome platina do "Eu sou vocês amanhã", segundo a qual, o que acontecia no país vizinho logo-logo se repetia no Brasil. Afeitos também a um drama passional , "los hermanos" foram os primeiros latinos a eleger uma mulher para a Presidência da República, feito que repetiram na eleição passada, com Cristina Kirchner. E, como apraz a todos que curtem o sofrimento de um tango, vivem novamente um drama real.
Teremos nós mineiros a mesma sina se não abraçarmos a candidatura de Dilma? Que Dios possa apidarse de nosotros, tchê!

Aécio precisa urgente de um plano B. Vai ser PSB ou PMDB?










Serra assiste FHC disparar contra plano de Aécio. Ex-presidente matou pretensões do governador de Minas de uma luta de igual para igual com adversário paulista.



Por Hélio Caled
Já antevemos que somente com seus “Sanchos-Panças” é muito difícil para o Aécio conquistar seu lugar ao sol na disputa da presidência em 2010. (ver artigo “Com Sanchos-pança Aécio não logrará êxito em 2010” – postado em 28/02)
Ao contrário de Aécio, José Serra, seu feroz concorrente, tem à sua disposição altas figuras políticas que atuam nacionalmente. O figurão que recentemente colocou de vez sua cabeça prá fora e demonstrou de que lado está é o ex-presidente FHC.
FHC disparou ferozmente contra a estratégia do Aécio de lutar de igual para igual com Serra através de um amplo périplo pelo país, numa espécie de prévias, onde o discurso mais aceito seria o candidato do PSDB. No fundo, no fundo, Aécio sabe que seu carisma é mais palatável que Serra e com isto ganharia a preferência, esta era a sua estratégia.
O tiro dado por FHC foi mortal para as pretensões de Aécio. “Eles são governadores, têm de trabalhar. Não podem sair pelo Brasil a fazer prévias e não trabalhar”, fulminou.
Nas próprias palavras do Aécio em seu rebate à FHC denota que sabe da preferência de FHC: "Não se constrói um projeto para o país de alguns gabinetes ou da Avenida Paulista. Se constrói caminhando pelo país. E é o que eu estou me dispondo a fazer", afirmou o mineiro, sugerindo que o ex-presidente participe das viagens com Serra sugeridas por ele.
Mas na verdade sua estratégia não ganhou forças.
Agora, Aécio necessita, urgentemente, de um plano B, senão pode ir contentando com sua candidatura ao Senado.
Será que o “plano B” do Aécio é a troca de partido? PSB ou PMDB seriam as melhores opções. Mas, bastidores do próprio PSDB de Brasília adiantaram que o time para esta troca passou. Inclusive, o Aécio teria que abrir mão do seu mandato.
Ou Aécio saca logo seu plano B, ou cada vez mais a polarização Dilma X Serra ganha força.

domingo, 8 de março de 2009

Dilma "serra" pretensões de Aécio - PAC x Choque de Gestão











Por Hélio Caled

O trocadilho é infame, mas retrata a realidade! Ao se declarar candidata à Presidência da República, a ministra Dilma Rousseff "serrou" – ops! - cerrou as portas do PT a qualquer possível aliança com Aécio para 2010.

Com o telhado de vidro do PT cada vez mais trincado desde o mensalão, a aposta nos bastidores da política era que o PT não teria ninguém em seus quadros para sustentar eleitoralmente uma disputa pela cadeira de Lula. O candidato, então, teria que vir de um partido aliado, e o PT ficaria com a vice.

Cândida e mineiramente, Aécio sonhou em ser este candidato, crendo que para ele estariam abertas as portas do PMDB e do PSB.

Com o PSDB hermeticamente fechado com José Serra, Aécio namorou Lula e aproximou-se das bases mineiras do PT. O namoro ficou tão escancarado que o presidente de honra do PSDB, ex-presidente e príncipe Fernando Henrique Cardoso, viu-se obrigado a agir como uma mãe a segurar os ímpetos de uma filha assanhada afoita por namorar.

Veio a Minas para acalmar Aécio. mas não obteve o êxito esperado. Tanto que, em parceria com o petista Fernando Pimentel, então prefeito de BH, o governador arriscou-se a testar seu estratagema lançando um candidato de senso comum apenas deles e de Pimentel para a Prefeitura de Belo Horizonte. Ganhou, mas está agora vendo-se na obrigação de lançar mão de generosos estoques de bandaid´s para tentar curar as enormes cicatrizes políticas decorrentes da campanha.

Aécio, que reina politicamente em Minas, viu que no cenário nacional não tem tantos vassalos quanto imaginava. Com. Pimentel jogado para escanteio no PT, Aécio não consegue estender os louros da vitória de Márcio Lacerda na PBH ao cenário político nacional. Um xadrez onde seus escudeiros não alcançam grande espaço. (Veja o artigo "Com Sanchos-panças, Aécio não logrará êxitos em 2010" postado dia 28/2/2009 neste blog).

Em fevereiro, com os termômetros nas alturas no verão brasileiro, a temperatura também aumentou nas relações entre Aécio e Dilma, com pontos esporádicos que beiravam a incêndio nos bastidores. Depois o fogo se espraiou pelas telas da TV.

Em entrevista ao programa "Jogo do Poder" da Rede CNT, Aécio, sabedor de que a pré-candidatura da Dilma obrigou-o a um confronto bruto e inevitável com Serra, foi logo disparando que em Minas o PAC não existe, e que não passa de uma nova roupagem de velhos programas oficiais.

Dilma mandou sua tropa de choque ao combate, com expoentes governamentais contra-atacando com declarações em que acusam o "Choque de Gestão" – principal cartão de visitas de Aécio – não passa de mero cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou seja: para Dilma e os seus, Aécio não faz mais que cumprir o que cabe, por lei, a todo e qualquer administrador público.

A briga entre mineiros – nunca é demais lembrar que Dilma nasceu em Belo Horizonte – está sendo assistida com especial enlevo por um espectador: Serra!



Se fosse estadista, Lula compraria aviões da Embraer pra não demitir



E Aécio, o que faria no seu lugar?


PorHélio Caled

Apesar ser um dos presidentes de maior aprovação popular, Lula provou estar longe de ser um estadista. Estadistas são aqueles governantes que provam através de suas atitudes, estarem no lugar e na hora certa. Um ou outro governante tem atitude de estadista, a maioria não passa de administrador público e não compreende que em determinas situações, sua caneta pode lhes possibilitar atitudes extremas em defesa dos interesses da nação, que frutificarão perenes resultados ao longo da história.

Se fosse um estadista Lula utilizaria de sua caneta para assinar uma medida provisória que possibilitasse instrumentos legais para comprar aviões da Embraer para reequipar a frota aérea governamental para fins civis e militares, e assim, não só evitar a demissão de 4.270 trabalhadores, como também prestigiar a empresa nacional que mais fabrica produtos de alto valor agregado, durante este momento de crise financeira internacional.

Quando optou pelo avião fabricado pela concorrente européia, a Airbus, para reequipar o FAB 001 (aeronave militar de transporte da presidência da república), Lula não só desprestigiou a Embraer como também cometeu um ato que nenhum estadista faria. Se fosse estadista, convocaria a Embraer a produzir um avião que atenderia as especificações da presidência, e assim, nas viagens internacionais poderia divulgar a competência da indústria brasileira.

Agora, na hora de corrigir esta falha, Lula nada faz para garantir milhares de empregos estratégicos para o país. Não convêm, desperdiçar a mão de obra de quatro mil trabalhadores que possuem altas qualificações advindas de centenas de horas de treinamentos. São homens e mulheres que, por trabalharem na empresa que mais agrega tecnologias avançadas instalada no Brasil, não encontrarão no mercado outra empresa onde esta força de trabalho possa gerar tanta receita agregada para o país.

Não só os trabalhadores brasileiros que permaneceriam em seus empregos. Para montar seus aviões, a Embraer necessita importar componentes de várias partes do mundo. Se Lula tivesse comprado mais aviões da Embraer, centenas de trabalhadores em outros países teriam seus empregos assegurados a fim de garantir o fornecimento de componentes à Embraer. Isto mostra que as atitudes dos estadistas surtem efeitos positivos além de seus países.

E Aécio, o que faria? Com crise, a Vale foi a primeira empresa brasileira que iniciou demissões em massa, sendo Minas Gerais o estado mais afetado. Mais de mil trabalhadores das cidades de Itabira, Barão de Cocais, Congonhas, Ouro Preto e Mariana, dentre outras, foram demitidos pela Vale e suas prestadoras de serviços. Foi o pior dezembro para o comércio destas cidades. Mão-de-obra altamente qualificada. Também faltou ao Aécio, visão de estadista para liderar a superação dos obstáculos quem deixam muita gente perdida em tempos de crise.

Não adianta dizer "Estamos fazendo o melhor que podemos".


"Temos que conseguir o que quer que seja necessário”, disse um certo Winston Churchill.

sábado, 7 de março de 2009

Patrus põe as manguinhas de fora





Ex-amigos-irmãos, Patrus e Pimentel vão protagonizar uma árdua luta no ringue do PT mineiro



Por Abreu Saldanha

Depois de ficarem na moita durante os últimos meses de 2008 e os primeiros de 2009, quando todos os flashes e holofotes espocavam sobre os neo-amigos Pimentel e Aécio que articularam – e venceram – a disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, os ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci, da corrente “Articulação”, majoritária no Partido dos Trabalhadores, deram início ao processo de reação, neste fim de semana, com a realização de encontros regionais para, oficialmente, discutir uma proposta de projeto com vistas à sucessão do governo de Minas Gerais no próximo ano.

Esta é a razão oficial. Mas o que Patrus, Dulci e companheiros estão a fazer é dando um troco no ex-prefeito da capital. Depois de se bandear para os lados de Aécio, formando com o governador a vencedora aliança que elegeu Márcio Lacerda (PSB) que pôs fim a 16 anos de reinado petista em Beagá, Pimentel está sendo apontado por muitos como uma espécie de Joaquim Silvério do PT. Há quem garanta que pesquisas internas sustentam esta avaliação de que, para os filiados de Minas, ao aproximar-se de Aécio para eleger Lacerda em Belô, Fernando Pimentel teria jogado às galés companheiros de velhas batalhas, uma atitude considerada imperdoável para muitos dos que militam nas hostes petistas, mas que foram forjados no velho militantismo que caracterizou os anos oitenta, os dourados - ou seriam vermelhos? - anos em que floresceu o petismo no ABC paulista espraiando-se por todo Brasil.

Patrus e Dulci verbalizam esta insatisfação ao iniciar a arrancada do que pretendem ser o contraponto, pelo PT, ao projeto “tucano” de Pimentel. Os tais encontros regionais objetivam, na realidade, uma única coisa: fortalecer a imagem de Patrus Ananias como potencial candidato ao Palácio da Liberdade e dar à outrora aguerrida militância do interior de Minas uma satisfação sobre os rumos que a legenda traceja para percorrer no Estado nos próximos meses.

Numa palavra: dirão que Pimentel não manda no PT tanto quando achava, nem tem, como esperava ter, tanto apoio no interior do partido. Menos ainda no governo do presidente Lula, onde, junto com outro ex-prefeito – João Paulo, do Recife – fez via-sacra em busca de um cargo que lhe desse a necessária visibilidade política de que tanto necessita para tentar alçar vôos mais altos a partir de 2010.

Estrategicamente os encontros da “Articulação” ocorrem em duas praças onde o PT é particularmente forte: Betim (na Região Metropolitana de BH) e em Luz (no Oeste). Outros ocorrerão, capitaneados por petistas abertamente contrários ao que classificam de “traição” perpetrada pelo ex-prefeito Pimentel.

O melhor tom de embate foi dado pelo deputado estadual Adelmo Carneiro Leão em seu diário eletrônico, em que afirma que, diferentemente do que alardearam Aécio Neves e Fernando Pimentel nos últimos tempos, PT e PSDB estão e estarão em lados opostos na vida política de Minas e do Brasil ainda por muito e muito tempo.

Há outros claros sinais de que a lua-de-mel do governador tucano das Gerais com os petistas está perto do fim. Na Assembleia Legislativa a forma de a bancada do PT agir em plenário tem demonstrado isto, com barulhentos discursos proferidos na tribuna, a lembrar os tempos em que barbudos do PT se notabilizaram pela voracidade verborrágica que fez tremer os alicerces do centenário Palácio da Liberdade.

Tudo bem... Os tempos eram outros e quem estava no cargo era o lendário, polêmico e por vezes cômico Newton Cardoso, mas o tom dos discursos petistas na Assembléia deve crescer na medida em que o calor da disputa pela cadeira onde hoje está Aécio ficar mais acirrada.

“Acabou a água morna”, bradou na imprensa este fim de semana um deputado petista. Nada demais, não fora o autor da frase um padre, deputado Padre João. E de água – principalmente se for benta –, convenhamos, padre entende... Catolicíssimo de batismo, crisma e tudo o mais, Patrus, por certo, deve estar a fazer coro: "Amém!"

Em Itabirito prefeito perdeu o cargo, só que não larga o osso





Por Herivelton Moreira da Costa - foto jornal WebMinas

SÚMULA VINCULANTE DO STF – SUPERIOR TRIBUNAL FEDERAL



“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.


Temos que chegar, de vez, a uma conclusão. Se a lei está errada devemos mudá-la. Mas se ela estiver em vigência temos que respeitá-la. O ex-prefeito de Itabirito, Waldir Salvador, e seu irmão, Alexsander Salvador (Alex Salvador como é conhecido), não pensam assim.

Com a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral em 2008 Valdir Salvador deu um jeito de se perpetuar no poder. Primeiro fez seu irmão presidente da Câmara Municipal de Itabirito em 1º de Janeiro de 2009. Este ao assumir como prefeito interino o nomeou para um cargo administrativo na prefeitura.

A decisão foi alvo de críticas. Alex Salvador tratou de informar aos munícipes através do Jornal Regional, um periódico local, uma matéria informando que Valdir Salvador é voluntário, ou seja, trabalha sem remuneração. Para os desinformados, Alex quis dizer que, além de “altruísta”, a situação de seu irmão não caracterizaria o “nepotismo”.

Mas, o Ministério Público em Belo Horizonte não pensa assim. Ao falar com o políticadasgerais.blogspot.com, o promotor Carlos André, que tem a incumbência de fazer cumprir a Súmula do STF, nos garantiu que o nepotismo se caracteriza pela nomeação para o cargo público, sem qualquer relação com a remuneração ou não para o exercício do mesmo.

Ao promotor fizemos saber que, através de populares, tivemos a confirmação do que imaginávamos, ou seja, é o ex-prefeito Waldir Salvador quem está mandando em Itabirito. Algumas pessoas, que não se identificam por medo de represálias, garantem que estiveram com ele e não com Alex Salvador para tomada de decisões. Bom, ele decide e o irmão apenas assina, o que caracteriza total desrespeito à decisão judicial que o afastou do cargo de prefeito.

Só que reações locais ao disparate estão a caminho. Um abaixo assinado com quase duas mil assinaturas será entregue ao Ministério Público em Itabirito, com vistas a uma ação que normalize a situação política do município.

Click no link e veja a notícia que a imprensa mineira não deu.
Porque será?
http://www.tce.mg.gov.br/?cod_pagina=111210&acao=pagina&cod_secao_menu=5K&a=noticias

hemocos@yahoo.com.br

Má gestão rebaixa a gerente prefeitos da Grande BH



Por Hélio Caled - foto de Elder Guedes

Os prefeitos da Região Metropolitana de Belo Horizonte talvez ainda não tenham se dado conta, mas pelo menos perante a lei, já foram rebaixados para meros gerentes de suas respectivas cidades e, na prática terão que submeter diversos atos que antes dependiam exclusivamente de sua caneta à futura Agência de Desenvolvimento Metropolitano. E em setores particularmente “sensíveis” na relação com seus eleitores e com lideranças empresariais e políticas locais. Doravante, decisões dos chefes dos executivos municipais da RMBH em questões imobiliárias, saneamento, limpeza, trânsito e transportes urbanos, entre outras, só terão valor após chancela da Agência, conforme lei que acaba de ser sancionada pelo governador Aécio Neves.

Com base nas leis aprovadas pela assembléia e sancionadas pelo governador, um novo modelo de governança pública será aos poucos implantado. A justificativa oficial é a tentativa de se conseguir equilibrar necessidades técnicas com interesses políticos. Por força da lei, as cidades integrantes do colar metropolitano – como Sete Lagoas, Itabirito, Ouro Preto, entre outras – também passam obrigatoriamente a se submeter a este jugo.

Otimistas dizem que a Agência de Desenvolvimento Metropolitano chega para por fim à notória e histórica omissão dos prefeitos da região metropolitana que nada fizeram para, por exemplo, coibir a expansão imobiliária desordenada que culminou na execrável e vergonhosa favelização da periferia de BH. Este fenômeno ocorre desde a década de 80, sob o cândido olhar e o beneplácito dos prefeitos, com especial destaque para os que, nos últimos anos, estiveram à frente das prefeituras de Belo Horizonte, Ribeirão das Neves, Esmeraldas, Ibirité, Vespasiano, Betim, Contagem, Santa Luzia e Sabará. Não são poucos os casos em que prefeitos e vereadores são acusados de tirar proveito destes avanços imobiliários, transformando os novos bairros – ou seja lá que nome se possa dar aos aglomerados que pipocam da noite para o dia em todo canto – transformando-os em redutos (currais?) eleitorais.

Qualquer um, num passeio despretensioso pela Grande BH, pode constatar o relaxamento dos administradores municipais no que tange à ordenação urbanística das cidades. Se, porém, se der ao trabalho de cruzar as expansões autorizadas com os mapas de votação de alguns candidatos eleitos, facilmente deduzirá que há uma relação promíscua entre imobiliárias, incorporadoras e certos agentes políticos aos quais a pobre região metropolitana dos mineiros se viu entregue nas últimas décadas. Uma matilha que reúne lobos travestidos de empresários, com outros caninos, não menos vorazes, escondidos sob o manto falso de probos administradores das coisas públicas.

No quesito “zelo com ordenação urbanística”, alguns prefeitos da região metropolitana tiram nota zero. As irregularidades na expansão urbana são tão comuns que fazem com que a opinião pública – com absurda anuência da imprensa preocupada apenas em aumentar audiência e venda de jornais – passa considerar dever do poder público municipal despesas que, por lei, caberia a quem criou o loteamento. Assim, muitos municípios, acuados pelo populacho em fúria e pelos microfones nervosos, acaba por arcar com custos que não lhe caberiam, deixando de investir em saúde e educação para pavimentar, iluminar e sanear investimentos imobiliários que encheram as burras de particulares nada escupulosos.

Engano? Desconhecimento das leis? Seja qual for a justificativa esfarrapada, os grandes culpados por tais miopias interpretativas são os próprios prefeitos ao passarem por cima da Lei Federal que regulamenta o parcelamento do solo. Esta lei estabelece que os custos com implantação prévia de infraestruturas urbanísticas (pavimentação, saneamento, iluminação, equipamentos públicos em geral), são de inteira e absoluta responsabilidade do empreendedor imobiliário, a quem cabe concluí-las antes da chegada dos primeiros moradores aos lotes que lhes são vendidos. Isto vale também para os programas de moradias tocados pelas prefeituras.

Mas na prática, o que se vê é uma perniciosa cumplicidade entre prefeituras e incorporadores imobiliários. Contando com a omissão (ou intere$$e) de vereadores irresponsáveis, e as vistas grossas que costumam fazer órgãos estaduais a quem daberia fiscalizar a expansão urbana sem respeito ao meio ambiente – aqui cabe incluir até mesmo os midiáticos membros do Ministério Público – prefeitos se fartam e deixam que outros se fartem, permitindo que a expansão urbana em seus municípios ocorra sem a mais mínima observância dos ditames legais. E o fazem sem muito esforço: basta que afrouxem a fiscalização dos loteamentos irregulares e das invasões.

Uma vez adquirido o terreno, considerando-se feliz realizador do mais acalentado dos sonhos brasileiros – o da casa própria – o incauto cidadão que adquiriu o terreninho, ainda que em encosta encravado, não quer nem saber, com todo direito e razão, a quem cabe a responsabilidade legal de lhe atender as necessidades básicas a que faz jus todo aquele que recolhe imposto. E dá-lhe pressão no ocupante da cadeira de prefeito, na maioria sucessor daquele que, conluiado com empresários sem caráter, permitiu que o pobre trabalhador comprasse o lote sem a infraestrutura que a lei determina. E é um tal de queremos asfalto, queremos luz, passeata pedindo água, protesto nas ruas pela construção de escolas e posto de saúde, exigência de implantação de linha de ônibus, etc, etc, num rosário sem fim que reverbera, forte e sonante, na imprensa vigilante, sempre atenta aos interesses do povo – ouvintes, leitores, telespectadores. Nenhum deles questiona, porém, como nasceu aquela necessidade. Nenhum veículo procura saber a quem coube a responsabilidade por se deixar que pessoas fossem morar naquela região sem a estrutura devida.

Acuado, muitos prefeitos acabam tirando recursos de outras áreas (a saúde e a segurança são as que mais perdem) para suprir as comunidades periféricas com infraestrutura básica, a qual, nunca é demais repetir, deveria ser encargo do empreendedor imobiliário.

A legislação federal determina que a expansão urbana das cidades ocorra com base no Plano Diretor, e nos casos dos aglomerados de cidades, onde surgem as malfadadas áreas de conurbação que formam as regiões metropolitanas, a Constituição Federal prevê que os Estados podem puxar para si a responsabilidade de regulamentar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum das cidades localizadas nestas regiões, como agora faz o governo de Minas com a criação da Agência de Desenvolvimento Metropolitano.

Aproveitando a brecha prevista na lei federal, em 2005 o deputado estadual petista Roberto de Carvalho (ironicamente hoje ocupante da vaga de vice-prefeito de BH) conseguiu a aprovação, pela Assembléia Legislativa, de lei complementar estabelecendo o modelo de gestão das regiões metropolitanas em Minas, para o que contou com entusiasmado apoio do então secretário de Estado Manoel Costa. (Estranho por que Costa ocupa a pasta Extraordinária para Assuntos da Reforma Agrária, que nada tem a ver, ao que se saiba, com ocupações URBANAS). Mas Carvalho também foi apoiado pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional e Política Urbana – SEDRU – que, no caso equivale dizer que obteve o indefectível apoio do Palácio da Liberdade. O relator da lei foi o hoje deputado federal Leonardo Quintão, aquele mesmo que, posteriormente, como candidato a prefeito de BH, tirou da monotonia a campanha eleitoral da capital em 2008.

Na época, a GRAMBEL – associação de defesa dos interesses dos municípios metropolitanos – cochilou e não fez valer seu poder de mobilização para acompanhar a tramitação da lei. Quando os prefeitos assustaram a lei já havia sido sancionada pelo governador. O presidente da GRAMBEL era o então prefeito de Pedro Leopoldo, Marcelo Gonçalves, do PDT, mesmo partido do deputado Manoel Costa.

Recentemente, o governador Aécio Neves deu o último passo legal que, na prática, suprime dos prefeitos o poder de gestão sobre o solo metropolitano com a sanção da lei que cria a Agência de Desenvolvimento Metropolitano.

Mas, não será surpresa se daqui a pouco o nome da novíssima agência começar a ser associado ao do ex-prefeito da capital, Fernando Pimentel. Sem espaço no governo estadual, abandonado pelos ex-companheiros de legenda no PT, que prometiam-lhe mundos e fundos para quando deixasse a prefeitura e sem qualquer espaço que lhe dê visibilidade política para traçar seu caminho rumo a 2010, Pimentel quer dar as cartas nesta agência. Se conseguir ocupar o cargo não é nada a se desprezar. Afinal, a Agência vai administrar as periferias da região metropolitana de BH, onde se escondem milhares de redutos eleitorais de políticos que de um jeito ou de outro poderão ter que passar a beijar-lhe a mão. Um poder político nada desprezível!

heliocaled@gmail.com

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Com Sanchos-Pança Aécio não logrará êxito em 2010



Por Hélio Caled, com Abreu Saldanha

Se quiser alcançar a tão almejada candidatura à Presidência da República, o governador mineiro Aécio Neves tem que fazer, ainda este ano, algumas jogadas especialmente acertadas no intrincado tabuleiro da política nacional. A principal delas, claro, é superar a mesma ambição que sustenta o colega paulista José Serra.


Antes, porém, seria bom que voltasse seus olhos para o interior do estado que administra. No momento, seu maior problema é o provincianismo e falta de visão holística de considerável parte de sua equipe de auxiliares e da carência de nomes de peso que possam dar sustentação nacional a suas pretensões. A maioria de seu grupo político joga apenas no cenário mineiro, e não tem qualquer relevância no xadrez nacional, onde as peças são movidas por mãos hábeis de jogadores profissionais.

A dedução lógica, infelizmente, é avalassadora - acachapante até - para Aécio Neves: o neto do dr. Tancredo tem poucas peças que possam efetivamente fazer diferença numa batalha política que se prenuncia acirrada como nunca houve na história recente do Brasil. O quadro fica ainda mais adverso quando se tem em conta que o primeiro "inimigo" a vencer - José Serra - já deu inúmeras mostras do arsenal poderoso que tem à mão, e do quão disposto está de usá-lo em caso de necessidade, com o escrúpulo próprio dos que querem lutar pelo poder. Que o digam Geraldo Alkmin, Roseana Sarney e outras "vítimas" do vigor característico do atual morador do Palácio dos Bandeirantes.


Já Aécio, coitado, se for levar em conta as "armas" que tem, por exemplo, no Senado, pode dar o jogo por perdido. Os senadores mineiros debatem-se com os limites impostos por razões pessoais que comprometerão, com certeza, qualquer disposição de guerreiro por ventura ainda restante em suas índoles dóceis. Como bem retrata o artigo de Caleb neste espaço ("Bancada mineira no Senado é cabeça de bacalhau", também postado hoje), um está irreversivelmente contaminado por “Marcos Valério”; outro, sofre as agruras próprias da natural e inexorável decrepitude de que nenhum humano escapa; e o terceiro, é presa do proselitismo peemedebista.

Na Câmara Federal, o deputado Rafael Guerra, novo integrante da mesa diretora da Casa, aliás por gestão direta de Aécio. poderá vir a ter algum destaque. No entanto, em breve há de sentir exaurirem-se suas forças diante do tacape do PSDB paulista, cujo peso bem conhece o próprio governador de Minas.

O vice-presidente José Alencar apesar da sua fala lúcida e firme terá poucas chances neste tabuleiro devido ao seu atual estado de saúde.

A Aécio torna-se, pois, urgente, antes de sair país afora qual um Quixote num rocim famélico, identificar, em seu próprio quintal, quais as figuras políticas de Minas que têm atuação, projeção e efetiva interferência no cenário nacional. Uma vez identificadas, caber-lhe-á atraí-las para si e convencê-las a jogar seu jogo, desenvolvendo lances que favoreçam seus planos de chegar ao Palácio do Planalto.


Numa análise preliminar vê-se, no momento, somente duas figuras políticas de Minas - afora Aécio, é claro - com espaço político suficiente em seus respectivos campos de atuação para jogar em favor da eventual candidatura do governador a presidente: o ministro das Comunicações Hélio Costa, que poderá fazer a diferença pelo peso que tem no PMDB, e Clésio Andrade, que foi vice de Aécio em seu primeiro mandato, e é reconhecido líder nacional do estratégico setor de transportes e logística. Atualmente, Clésio é suplente do senador Elizeu Rezende.

Contra Costa pesa o fato de ter seus próprios planos e ambições, já que não esconde de ninguém o quanto gostaria de morar, um dia, no Palácio que hoje abriga Aécio. Já Clésio, a despeito das insistentes tentativas de associa-lo ao "publicitário" Valério do Mensalão, tem liderança sob considerável percentual do PIB nacional. Não há dúvida, pois, que Hélio Costa e Clésio Andrade, poderão, sim, ser importantes aliados de Aécio em suas pretensões presidenciais, podendo ajuda-lo em jogadas cruciais que se prenunciam no tabuleiro político de 2010.


Em comum, Costa e Andrade têm a experiência vitoriosa de apoiarem Lula quando o PMDB de Hélio Costa estava com Serra, assim como o PFL, ao equal Clésio então achava-se filiado. Com a discrição própria dos mineiros e o destemor característico de velhos inconfidentes, abandonaram o paulista contrariando suas lideranças partidárias e apoiaram desbragadamente o então controverso candidato do PT. Ambos pagaram um preço por sua decisão. Costa nem tanto, pois seu PMDB, como de praxe, não tardou a aderir ao governante vencedor. Mas Clésio viu-se expulso do ex-poderoso PFL (atual DEM), onde até hoje é visto como Joaquim Silvério por muitos.


Apesar da pecha que lhe impuseram os neo-democratas, Clésio, no entanto, soube preservar parte considerável de seu poderio político, e como Hélio Costa, goza de interlocução privilegiada em esferas decisórias importantes. No governo e fora dele.


Antes de iniciar seu périplo pelo país, portanto, seria muito conveniente a Aécio Neves ver com mais atenção os que se passa nas entrelinhas partidárias de seu próprio Estado. Caso contrário, restar-lhe-á quixotescos apoiadores que mais se aproximam de aios avassalados. E ao que se sabe Sancho Pança em nada ajudou o Cavaleiro Andante a conquistar sua doce Dulcinéia.

Bancada mineira no Senado é cabeça de bacalhau


Para quem não conhece, eis uma cabeça do bacalhau!

Existe um ditado brasileiro: “para
ver cabeça de bacalhau só indo à Noruega”
Ninguém sabe ninguém viu, assim é a bancada mineira no Senado, enquanto as de outras praças põem banca.


Grande parte dos brasileiros não conhece a cabeça de bacalhau porque o Gadus morhua, nome científico do dito-cujo, não existe no País. Isto por que, depois de pescado, o bacalhau passa por um processo de salga e cura, na qual é retirada a cabeça do peixe que não tem valor comercial e ainda compromete o processo de salga.
Como todo o bacalhau que entra no Brasil é importado salgado e seco, as alternativas para se ver a cabeça de um legítimo bacalhau são através de fotografias, coleções científicas, ou, para os mais abonados, nummaravilhoso cruzeiro pelos mares do Norte.
Mas o que importa é que este ditado popular se encaixa perfeitamente para caracterizar a atual bancada mineira no Senado. Ou seja: para saber o que fazem os três representantes mineiros no Senado da República, só mesmo indo até o Distrito Federal para conferir. Não será, decerto, tão empolgante quanto promete ser cruzar os mares nórdicos, mas, assim como a cabeça do Gadeus morhua, os senadores mineiros nós sabemos que existem - alguns sabem até seus nomes - mas é cada vez menor o número de mineiros que lembrem de cor quem são seus representantes na Câmara Alta. A maioria precisaria recorrer à "ajuda dos universitários".

Na história da República moderna do Brasil, a bancada mineira no Senado sempre liderou grandes temas que colocaram Minas no centro dos holofotes da política nacional, além de combaterem anseios provincianos perpetrados por outras bancadas em beneficio da valorização daquela Casa como palco principal de defesa da nação, acima, portanto, dos interesses regionais.

Quem não se lembra do magistral político Tancredo Neves, que do alto da bancada mineira no Senado (1979-1983) liderou a consolidação da democracia brasileira, ostentando, como um inconfidente delirante, o brado: "O primeiro compromisso de Minas é com a liberdade”, lema que ajudou a mobilizar todo o país em torno da volta à normalidade democrática que pôs fim a 21 anos de ditadura militar.

Através da mídia, pouco se tem notícia da atuação da bancada mineira. Nem mesmo pela TV Senado. A mídia regional tmabém não dá destaque aos senadores por Minas. Seria má vontade da mídia ou o trabalho da bancada não chama a atenção, não fazendo jus, portanto, a qualquer destaque nas rádios, TV´s e jornais da terra?
É impressionante a "banca" que alguns senadores conseguem impor naquela Casa, ocupando generosos espaços na mídia nacional, mesmo sem que não tenham a defender causas meritórias que justifiquem tal exposição. Maranhenses, alagoanos e piauienses - representando estados inexpressivos em termos políticos, em se comparando com a tradição histórica de Minas - e não vai aqui qualquer nesga de preconceito - conseguem impor, no Senado, um respeito e galgar tamanha expressão, de fazer inveja a Tancredo e Afonso Arinos.

Talvez a explicação para tanta timidez por parte dos três representantes de Minas na casa que um dia abrigou brasileiros da estirpe de Rui Barbosa sejam os cerceamentos a que os três se vêem acometidos. Um, patrocinou o surgimento que consagrou o "publicitário" Marcos Valério; outro, devido provavelmente à natural decrepitude imposta pela condição de humano em idade senil, a despeito dos respeitáveis e consideráveis trabalhos que tenha produzido com viva intensidade ao longo de sua longeva vida pública; e o terceiro, por que não tem como esconder que entrou para os anais da história política mineira pela via transversa da suplência senatorial, após regar com generosas doações a campanha do titular do cargo, içado a cargo de ministro e abrindo lugar para a destoante figura que desfila sua vasta cabeleira e seu inescondível sotaque carioca pelos salões azuis do Senado. Não bastasse, vem destacando sua interinidade no plenário e nas comissões como bastião do proselitismo tão característico do peemedebismo moderno.

A suplência senatorial, aliás, é conhecida pela forma como se inserem na política, do dia pra noite, ilustres desconhecidos (geralmente endinheirados) que galgam espaço na vida da Nação sem terem recebido um voto sequer. Hoje, somam quase 20 entre os 77 membros da Casa, os "senadores" sem voto. Tal como a cabeça de bacalhau, na regra eleitoral, sabe-se que os suplentes existem, mas ninguém conhece seu rosto...

2010 se aproxima. Será que esta atual bancada que Minas ostenta no Senata tem condições, legitimidade e autoridade para se estabelecerem, perante o eleitorado, como baluartes de sustentação de uma eventual candidatura de Aécio Neves (neto do senador) à Presidência da República? Para saber a resposta, só indo à Brasília e tentar comprovar que a nossa bancada na Casa de Rui Barbosa não é "cabeça de bacalhau".

Postado em 28-02-2009


Complexo de inferioridade nas estatais mineiras


Necessidade de propagandearem que são as melhores do Brasil, esconde, na realidade, um baita complexo de inferioridade.

É só ligar a TV e o rádio que num instante aparecem as propagandas chapas-brancas que instituem a administração pública mineira, sobretudo das estatais, como, nada mais, nada menos que as melhores do Brasil.

Primeiro foi a estatal mineira de energia que se auto-proclamou como a “melhor energia do Brasil”, mas logo, a estatal de saneamento não quis ficar para trás e arranjou um jeito de oficializar-se nas suas propagandas como a “melhor empresa pública do Brasil”com base no título obtido através de uma revista.

“A Revista “Isto É Dinheiro” premiou a Copasa como a melhor companhia do setor de prestação de serviços de utilidade pública no ano de 2004, 2005 e 2006 (http://www.mzweb.com.br/copasa/web/conteudo_pt.asp?idioma=0&tipo=19726&conta=28)



Como, através da propaganda pode-se apregoar de tudo, bastando para isto comprar espaço publicitário na mídia, no apagar das luzes, a última gestão pública da capital mineira percebendo que ninguém questionou o feito propagandista das estatais, foi logo se intitulando simplesmente como a “melhor capital do Brasil” (na verdade, tirando o excelente clima, não sobressaímos em nada frente às outras capitais brasileiras).

O perigo é que de tanto acharmos que somos “os melhores”, vamos acabar inchando ainda mais o caricatural ego da nossa “mineirice”. Pior, diante da necessidade de entronizarmos o nosso governador como presidente do Brasil, se continuar com esta paranóia, estaremos bem perto da autoproclamação de que nossas qualidades e defeitos são melhores que os da, “paulistice”, “carioquisse”, acima, também, da “nordestinidade” e da “sulinidade”. Ou seja, corremos o risco de passarmos por ridículos!

Na realidade, a recorrente necessidade de afirmação da condição de “melhor” esconde, inconscientemente, uma percepção de que nós mineiros, de alguma forma, temos alguma inferioridade perante os outros, mas não queremos fazer disto uma desvantagem no contexto político nacional. Então, supervalorizamos as jóias da coroa (CEMIG e COPASA neste caso), mesmo que sabendo que estas empresas não atendem plenamente todo o estado de Minas Gerais.

Pergunte aos empresários se existe disponibilidade de energia no sul de Minas para grandes expansões industriais. Na grande BH é comum bairros inteiros ficarem sem energia por vários dias após as tempestades. A notória falta de saneamento em Minas é, na realidade, um dos grandes entraves à saúde e à melhor qualidade de vida dos mineiros.

Um bom exemplo da inutilidade desta propaganda de “melhor” é o caso da ex-Telemig que também se vangloriava de ser a empresa de telecomunicações melhor administrada do Brasil (o atual presidente da Assembléia era um de seus diretores e o atual prefeito de BH um de seus maiores prestadores de serviços), ao passo que a Telerj, era jocosamente apelidada como "telerda" ou até “telemerda” por seus usuários devido ao péssimo serviço que prestava.

No entanto, após o advento da privatização, os cariocas ficaram com a sede da Oi (Telemar), que, do estado do Rio, comanda as operações em todo o Brasil.

Se isto vai acontecer com a CEMIG e COPASA ainda é cedo para especular, mas que nenhum ganho político é obtido na prática, com a autoproclamação de que a administração mineira é melhor que as outras, isto é certo, a não ser a revelação subliminar do nosso complexo de inferioridade!

Postado em 28-02-2009
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