Por Hélio Caled, com Abreu Saldanha
Se quiser alcançar a tão almejada candidatura à Presidência da República, o governador mineiro Aécio Neves tem que fazer, ainda este ano, algumas jogadas especialmente acertadas no intrincado tabuleiro da política nacional. A principal delas, claro, é superar a mesma ambição que sustenta o colega paulista José Serra.
Antes, porém, seria bom que voltasse seus olhos para o interior do estado que administra. No momento, seu maior problema é o provincianismo e falta de visão holística de considerável parte de sua equipe de auxiliares e da carência de nomes de peso que possam dar sustentação nacional a suas pretensões. A maioria de seu grupo político joga apenas no cenário mineiro, e não tem qualquer relevância no xadrez nacional, onde as peças são movidas por mãos hábeis de jogadores profissionais.
A dedução lógica, infelizmente, é avalassadora - acachapante até - para Aécio Neves: o neto do dr. Tancredo tem poucas peças que possam efetivamente fazer diferença numa batalha política que se prenuncia acirrada como nunca houve na história recente do Brasil. O quadro fica ainda mais adverso quando se tem em conta que o primeiro "inimigo" a vencer - José Serra - já deu inúmeras mostras do arsenal poderoso que tem à mão, e do quão disposto está de usá-lo em caso de necessidade, com o escrúpulo próprio dos que querem lutar pelo poder. Que o digam Geraldo Alkmin, Roseana Sarney e outras "vítimas" do vigor característico do atual morador do Palácio dos Bandeirantes.
A dedução lógica, infelizmente, é avalassadora - acachapante até - para Aécio Neves: o neto do dr. Tancredo tem poucas peças que possam efetivamente fazer diferença numa batalha política que se prenuncia acirrada como nunca houve na história recente do Brasil. O quadro fica ainda mais adverso quando se tem em conta que o primeiro "inimigo" a vencer - José Serra - já deu inúmeras mostras do arsenal poderoso que tem à mão, e do quão disposto está de usá-lo em caso de necessidade, com o escrúpulo próprio dos que querem lutar pelo poder. Que o digam Geraldo Alkmin, Roseana Sarney e outras "vítimas" do vigor característico do atual morador do Palácio dos Bandeirantes.
Já Aécio, coitado, se for levar em conta as "armas" que tem, por exemplo, no Senado, pode dar o jogo por perdido. Os senadores mineiros debatem-se com os limites impostos por razões pessoais que comprometerão, com certeza, qualquer disposição de guerreiro por ventura ainda restante em suas índoles dóceis. Como bem retrata o artigo de Caleb neste espaço ("Bancada mineira no Senado é cabeça de bacalhau", também postado hoje), um está irreversivelmente contaminado por “Marcos Valério”; outro, sofre as agruras próprias da natural e inexorável decrepitude de que nenhum humano escapa; e o terceiro, é presa do proselitismo peemedebista.
Na Câmara Federal, o deputado Rafael Guerra, novo integrante da mesa diretora da Casa, aliás por gestão direta de Aécio. poderá vir a ter algum destaque. No entanto, em breve há de sentir exaurirem-se suas forças diante do tacape do PSDB paulista, cujo peso bem conhece o próprio governador de Minas.
O vice-presidente José Alencar apesar da sua fala lúcida e firme terá poucas chances neste tabuleiro devido ao seu atual estado de saúde.
A Aécio torna-se, pois, urgente, antes de sair país afora qual um Quixote num rocim famélico, identificar, em seu próprio quintal, quais as figuras políticas de Minas que têm atuação, projeção e efetiva interferência no cenário nacional. Uma vez identificadas, caber-lhe-á atraí-las para si e convencê-las a jogar seu jogo, desenvolvendo lances que favoreçam seus planos de chegar ao Palácio do Planalto.
A Aécio torna-se, pois, urgente, antes de sair país afora qual um Quixote num rocim famélico, identificar, em seu próprio quintal, quais as figuras políticas de Minas que têm atuação, projeção e efetiva interferência no cenário nacional. Uma vez identificadas, caber-lhe-á atraí-las para si e convencê-las a jogar seu jogo, desenvolvendo lances que favoreçam seus planos de chegar ao Palácio do Planalto.
Numa análise preliminar vê-se, no momento, somente duas figuras políticas de Minas - afora Aécio, é claro - com espaço político suficiente em seus respectivos campos de atuação para jogar em favor da eventual candidatura do governador a presidente: o ministro das Comunicações Hélio Costa, que poderá fazer a diferença pelo peso que tem no PMDB, e Clésio Andrade, que foi vice de Aécio em seu primeiro mandato, e é reconhecido líder nacional do estratégico setor de transportes e logística. Atualmente, Clésio é suplente do senador Elizeu Rezende.
Contra Costa pesa o fato de ter seus próprios planos e ambições, já que não esconde de ninguém o quanto gostaria de morar, um dia, no Palácio que hoje abriga Aécio. Já Clésio, a despeito das insistentes tentativas de associa-lo ao "publicitário" Valério do Mensalão, tem liderança sob considerável percentual do PIB nacional. Não há dúvida, pois, que Hélio Costa e Clésio Andrade, poderão, sim, ser importantes aliados de Aécio em suas pretensões presidenciais, podendo ajuda-lo em jogadas cruciais que se prenunciam no tabuleiro político de 2010.
Contra Costa pesa o fato de ter seus próprios planos e ambições, já que não esconde de ninguém o quanto gostaria de morar, um dia, no Palácio que hoje abriga Aécio. Já Clésio, a despeito das insistentes tentativas de associa-lo ao "publicitário" Valério do Mensalão, tem liderança sob considerável percentual do PIB nacional. Não há dúvida, pois, que Hélio Costa e Clésio Andrade, poderão, sim, ser importantes aliados de Aécio em suas pretensões presidenciais, podendo ajuda-lo em jogadas cruciais que se prenunciam no tabuleiro político de 2010.
Em comum, Costa e Andrade têm a experiência vitoriosa de apoiarem Lula quando o PMDB de Hélio Costa estava com Serra, assim como o PFL, ao equal Clésio então achava-se filiado. Com a discrição própria dos mineiros e o destemor característico de velhos inconfidentes, abandonaram o paulista contrariando suas lideranças partidárias e apoiaram desbragadamente o então controverso candidato do PT. Ambos pagaram um preço por sua decisão. Costa nem tanto, pois seu PMDB, como de praxe, não tardou a aderir ao governante vencedor. Mas Clésio viu-se expulso do ex-poderoso PFL (atual DEM), onde até hoje é visto como Joaquim Silvério por muitos.
Apesar da pecha que lhe impuseram os neo-democratas, Clésio, no entanto, soube preservar parte considerável de seu poderio político, e como Hélio Costa, goza de interlocução privilegiada em esferas decisórias importantes. No governo e fora dele.
Antes de iniciar seu périplo pelo país, portanto, seria muito conveniente a Aécio Neves ver com mais atenção os que se passa nas entrelinhas partidárias de seu próprio Estado. Caso contrário, restar-lhe-á quixotescos apoiadores que mais se aproximam de aios avassalados. E ao que se sabe Sancho Pança em nada ajudou o Cavaleiro Andante a conquistar sua doce Dulcinéia.
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