Ex-amigos-irmãos, Patrus e Pimentel vão protagonizar uma árdua luta no ringue do PT mineiro
Por Abreu Saldanha
Depois de ficarem na moita durante os últimos meses de 2008 e os primeiros de 2009, quando todos os flashes e holofotes espocavam sobre os neo-amigos Pimentel e Aécio que articularam – e venceram – a disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, os ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci, da corrente “Articulação”, majoritária no Partido dos Trabalhadores, deram início ao processo de reação, neste fim de semana, com a realização de encontros regionais para, oficialmente, discutir uma proposta de projeto com vistas à sucessão do governo de Minas Gerais no próximo ano.
Esta é a razão oficial. Mas o que Patrus, Dulci e companheiros estão a fazer é dando um troco no ex-prefeito da capital. Depois de se bandear para os lados de Aécio, formando com o governador a vencedora aliança que elegeu Márcio Lacerda (PSB) que pôs fim a 16 anos de reinado petista em Beagá, Pimentel está sendo apontado por muitos como uma espécie de Joaquim Silvério do PT. Há quem garanta que pesquisas internas sustentam esta avaliação de que, para os filiados de Minas, ao aproximar-se de Aécio para eleger Lacerda em Belô, Fernando Pimentel teria jogado às galés companheiros de velhas batalhas, uma atitude considerada imperdoável para muitos dos que militam nas hostes petistas, mas que foram forjados no velho militantismo que caracterizou os anos oitenta, os dourados - ou seriam vermelhos? - anos em que floresceu o petismo no ABC paulista espraiando-se por todo Brasil.
Patrus e Dulci verbalizam esta insatisfação ao iniciar a arrancada do que pretendem ser o contraponto, pelo PT, ao projeto “tucano” de Pimentel. Os tais encontros regionais objetivam, na realidade, uma única coisa: fortalecer a imagem de Patrus Ananias como potencial candidato ao Palácio da Liberdade e dar à outrora aguerrida militância do interior de Minas uma satisfação sobre os rumos que a legenda traceja para percorrer no Estado nos próximos meses.
Numa palavra: dirão que Pimentel não manda no PT tanto quando achava, nem tem, como esperava ter, tanto apoio no interior do partido. Menos ainda no governo do presidente Lula, onde, junto com outro ex-prefeito – João Paulo, do Recife – fez via-sacra em busca de um cargo que lhe desse a necessária visibilidade política de que tanto necessita para tentar alçar vôos mais altos a partir de 2010.
Estrategicamente os encontros da “Articulação” ocorrem em duas praças onde o PT é particularmente forte: Betim (na Região Metropolitana de BH) e em Luz (no Oeste). Outros ocorrerão, capitaneados por petistas abertamente contrários ao que classificam de “traição” perpetrada pelo ex-prefeito Pimentel.
O melhor tom de embate foi dado pelo deputado estadual Adelmo Carneiro Leão em seu diário eletrônico, em que afirma que, diferentemente do que alardearam Aécio Neves e Fernando Pimentel nos últimos tempos, PT e PSDB estão e estarão em lados opostos na vida política de Minas e do Brasil ainda por muito e muito tempo.
Há outros claros sinais de que a lua-de-mel do governador tucano das Gerais com os petistas está perto do fim. Na Assembleia Legislativa a forma de a bancada do PT agir em plenário tem demonstrado isto, com barulhentos discursos proferidos na tribuna, a lembrar os tempos em que barbudos do PT se notabilizaram pela voracidade verborrágica que fez tremer os alicerces do centenário Palácio da Liberdade.
Tudo bem... Os tempos eram outros e quem estava no cargo era o lendário, polêmico e por vezes cômico Newton Cardoso, mas o tom dos discursos petistas na Assembléia deve crescer na medida em que o calor da disputa pela cadeira onde hoje está Aécio ficar mais acirrada.
“Acabou a água morna”, bradou na imprensa este fim de semana um deputado petista. Nada demais, não fora o autor da frase um padre, deputado Padre João. E de água – principalmente se for benta –, convenhamos, padre entende... Catolicíssimo de batismo, crisma e tudo o mais, Patrus, por certo, deve estar a fazer coro: "Amém!"
Esta é a razão oficial. Mas o que Patrus, Dulci e companheiros estão a fazer é dando um troco no ex-prefeito da capital. Depois de se bandear para os lados de Aécio, formando com o governador a vencedora aliança que elegeu Márcio Lacerda (PSB) que pôs fim a 16 anos de reinado petista em Beagá, Pimentel está sendo apontado por muitos como uma espécie de Joaquim Silvério do PT. Há quem garanta que pesquisas internas sustentam esta avaliação de que, para os filiados de Minas, ao aproximar-se de Aécio para eleger Lacerda em Belô, Fernando Pimentel teria jogado às galés companheiros de velhas batalhas, uma atitude considerada imperdoável para muitos dos que militam nas hostes petistas, mas que foram forjados no velho militantismo que caracterizou os anos oitenta, os dourados - ou seriam vermelhos? - anos em que floresceu o petismo no ABC paulista espraiando-se por todo Brasil.
Patrus e Dulci verbalizam esta insatisfação ao iniciar a arrancada do que pretendem ser o contraponto, pelo PT, ao projeto “tucano” de Pimentel. Os tais encontros regionais objetivam, na realidade, uma única coisa: fortalecer a imagem de Patrus Ananias como potencial candidato ao Palácio da Liberdade e dar à outrora aguerrida militância do interior de Minas uma satisfação sobre os rumos que a legenda traceja para percorrer no Estado nos próximos meses.
Numa palavra: dirão que Pimentel não manda no PT tanto quando achava, nem tem, como esperava ter, tanto apoio no interior do partido. Menos ainda no governo do presidente Lula, onde, junto com outro ex-prefeito – João Paulo, do Recife – fez via-sacra em busca de um cargo que lhe desse a necessária visibilidade política de que tanto necessita para tentar alçar vôos mais altos a partir de 2010.
Estrategicamente os encontros da “Articulação” ocorrem em duas praças onde o PT é particularmente forte: Betim (na Região Metropolitana de BH) e em Luz (no Oeste). Outros ocorrerão, capitaneados por petistas abertamente contrários ao que classificam de “traição” perpetrada pelo ex-prefeito Pimentel.
O melhor tom de embate foi dado pelo deputado estadual Adelmo Carneiro Leão em seu diário eletrônico, em que afirma que, diferentemente do que alardearam Aécio Neves e Fernando Pimentel nos últimos tempos, PT e PSDB estão e estarão em lados opostos na vida política de Minas e do Brasil ainda por muito e muito tempo.
Há outros claros sinais de que a lua-de-mel do governador tucano das Gerais com os petistas está perto do fim. Na Assembleia Legislativa a forma de a bancada do PT agir em plenário tem demonstrado isto, com barulhentos discursos proferidos na tribuna, a lembrar os tempos em que barbudos do PT se notabilizaram pela voracidade verborrágica que fez tremer os alicerces do centenário Palácio da Liberdade.
Tudo bem... Os tempos eram outros e quem estava no cargo era o lendário, polêmico e por vezes cômico Newton Cardoso, mas o tom dos discursos petistas na Assembléia deve crescer na medida em que o calor da disputa pela cadeira onde hoje está Aécio ficar mais acirrada.
“Acabou a água morna”, bradou na imprensa este fim de semana um deputado petista. Nada demais, não fora o autor da frase um padre, deputado Padre João. E de água – principalmente se for benta –, convenhamos, padre entende... Catolicíssimo de batismo, crisma e tudo o mais, Patrus, por certo, deve estar a fazer coro: "Amém!"
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