segunda-feira, 23 de março de 2009

Hélio Costa, Pimentel, Patrus e Anastasia, o candidato a "Cristiano Machado do Século XXI"






Por Abreu Saldanha



Nenhuma novidade. Pelo menos à primeira vista. O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB) venceria hoje as eleições para governador de Minas. Eleição mesmo só em 2010, mas ele apresenta uma invejável vantagem em relação aos demais aspirantes a substituir Aécio Neves no Palácio da Liberdade. Hélio, embalado pela exposição do cargo de ministro e de senador e ainda contando com o recall de quem foi candidato ao governo de Minas por duas vezes – 1990 e 1994 – flana sobre adversários que, pelo menos por enquanto não o ameaçam.

A primeira pesquisa de intenção de votos para medir o nível de apoio aos pretensos candidatos a governador, feita pelo instituto Datafolha, do jornal Folha de S. Paulo, apresenta Costa com folgada liderança em todos os cenários propostos – seja enfrentando Patrus Ananias ou Fernando Pimentel do PT, seja encarando o pretenso ungido de Aécio, o atual vice-governador Antonio Anastasia (PSSB).

Um pouco de surpresa aparece quando se compara os desempenhos dos petistas Patrus e Pimentel, com este muito à frente daquele. Mas, como analisa o próprio Datafolha, é explicável pela expressiva presença do recém-substituído prefeito da capital em Belo Horizonte, maior colégio de Minas. Em Belo Horizonte, onde se concentram ¼ dos eleitores do Estado, Patrus, embora tenha sido também governante da cidade, perde feio para Pimentel.

De acordo com o Datafolha, nos dois primeiros cenários, com quatro candidatos, Hélio Costa lidera com 41%, seguido pelo também ministro do governo Lula, o petista Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), com 11%. Na sequência vêem o vice-governador Antonio Anastasia (PSDB), com 5%, tecnicamente empatado com a desconhecida Maria da Consolação Rocha (PSOL), que aparece com 4%.

Quando Patrus é substituído pelo ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, a vantagem de Costa cai de 30 para 13 pontos. O ministro das Comunicações a alcança, então, 37%, contra 24% de Pimentel. Detalhe importante: neste quadro Pimentel abocanha metade dos votos de Belo Horizonte e região metropolitana. Mas Hélio Costa recupera a dianteira no interior. Anastasia, oficialmente o candidato do governador Aécio Neves, mal chega a 4% das intenções de voto.

Hélio Costa deve ter aprendido algo com as derrotas acumuladas em 94 e 98. Aqui vale lembrar o insólito ataque de nervos que acometeu o hoje ministro. Se para muitos eleitores é praticamente impossível esquecer o quebra-quebra de telefones e computadores no comitê de Costa no final da descabida derrota para o tucano Eduardo Azeredo em 1998, imagine para o próprio Hélio Costa... Para os pobres funcionários do escritório político do candidato na época, então, nem se fala...

Os números revelam, porém, dois fatos importantes:
1 – Se for enfrentar Pimentel, Hélio Costa terá que traçar estratégia especial para a região metropolitana da Capital, onde perde feio para o ex-prefeito;

2 – O suposto candidato do governador Aécio Neves, o atual vice Anastasia, do PSDB, tem muito chão pra andar se quiser não fazer feio no pleito de 2010. É indiscutível que no atual cenário mineiro qualquer candidato que venha a contar com apoio de Aécio tem reais chances eleitorais, mas ainda assim, a se manterem os números, Anastasia terá que trabalhar muito para, no máximo, perder de pouco e ter alguma influência num eventual segundo turno. Mas a questão é saber até que ponto seu padrinho Aécio está efetivamente interessado numa vitória sua em 2010.

Nunca é demais lembrar que, em política, o outro nome de Minas é traição. E isto não é de hoje. É só lembrar do sabarense Cristiano Machado, que, antes de ser apenas nome de uma importante avenida de Belo Horizonte ocupou manchetes em todo o país quando, em 1950, induzido por seu poderoso partido na época – o PSD – lançou-se a uma disputa insana pela Presidência enquanto seus correligionários trabalhavam, na surdina, pelo retorno de Getúlio Vargas ao Palácio do Catete, então sede da Presidência da República.

O episódio fez com que Cristiano Machado inaugurasse um novo verbete no dicionário político nacional, em que “cristianizar” passou a significar “entregar à própria sorte”, “trair para ganhar com outro que não seja correligionário”. Anastasia seria o Cristiano Machado do século XXI?

5 comentários:

  1. É de se lembrar que o ministro Helio Costa esta sempre na pauta a mais de 20 anos para ser governador, devido a isso o seu nome ate por recall tem que aparecer em primeiro lugar.

    É de se lembar que o ministro é candidato do EU sozinho, quem é do grupo dele? Conhece algum seguidor fiel com representatividade politica?

    É de se lembrar que o Ex Governador Newton Cardoso ainda controla grande parte dos diretórios do PMDB e o que se tem alardeado por aqui,que o Ex -governador ira bater chapa com o ministro na convenção do PMDB, so para não deixar este ser candidato ou mesmo apoiar outro candidato ou partido

    Pense nisso!!!!!!!!!

    Saudações
    CURIANGO

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  2. Muitos dos resultados foram roubos, a Dilma iria ganhar já de primeiro turno, mas, tinha que ter um candidato com dinheiro para tirar ela dos trilhos(José Serra). Na verdade a Marina que seria merecedora do cargo de presidente.

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  3. Serra LAADRÃÃÃÃÃÃÃÃÃÕOO

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  4. É melhor por um bebê na presidência do que o Plínio

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