domingo, 8 de março de 2009

Dilma "serra" pretensões de Aécio - PAC x Choque de Gestão











Por Hélio Caled

O trocadilho é infame, mas retrata a realidade! Ao se declarar candidata à Presidência da República, a ministra Dilma Rousseff "serrou" – ops! - cerrou as portas do PT a qualquer possível aliança com Aécio para 2010.

Com o telhado de vidro do PT cada vez mais trincado desde o mensalão, a aposta nos bastidores da política era que o PT não teria ninguém em seus quadros para sustentar eleitoralmente uma disputa pela cadeira de Lula. O candidato, então, teria que vir de um partido aliado, e o PT ficaria com a vice.

Cândida e mineiramente, Aécio sonhou em ser este candidato, crendo que para ele estariam abertas as portas do PMDB e do PSB.

Com o PSDB hermeticamente fechado com José Serra, Aécio namorou Lula e aproximou-se das bases mineiras do PT. O namoro ficou tão escancarado que o presidente de honra do PSDB, ex-presidente e príncipe Fernando Henrique Cardoso, viu-se obrigado a agir como uma mãe a segurar os ímpetos de uma filha assanhada afoita por namorar.

Veio a Minas para acalmar Aécio. mas não obteve o êxito esperado. Tanto que, em parceria com o petista Fernando Pimentel, então prefeito de BH, o governador arriscou-se a testar seu estratagema lançando um candidato de senso comum apenas deles e de Pimentel para a Prefeitura de Belo Horizonte. Ganhou, mas está agora vendo-se na obrigação de lançar mão de generosos estoques de bandaid´s para tentar curar as enormes cicatrizes políticas decorrentes da campanha.

Aécio, que reina politicamente em Minas, viu que no cenário nacional não tem tantos vassalos quanto imaginava. Com. Pimentel jogado para escanteio no PT, Aécio não consegue estender os louros da vitória de Márcio Lacerda na PBH ao cenário político nacional. Um xadrez onde seus escudeiros não alcançam grande espaço. (Veja o artigo "Com Sanchos-panças, Aécio não logrará êxitos em 2010" postado dia 28/2/2009 neste blog).

Em fevereiro, com os termômetros nas alturas no verão brasileiro, a temperatura também aumentou nas relações entre Aécio e Dilma, com pontos esporádicos que beiravam a incêndio nos bastidores. Depois o fogo se espraiou pelas telas da TV.

Em entrevista ao programa "Jogo do Poder" da Rede CNT, Aécio, sabedor de que a pré-candidatura da Dilma obrigou-o a um confronto bruto e inevitável com Serra, foi logo disparando que em Minas o PAC não existe, e que não passa de uma nova roupagem de velhos programas oficiais.

Dilma mandou sua tropa de choque ao combate, com expoentes governamentais contra-atacando com declarações em que acusam o "Choque de Gestão" – principal cartão de visitas de Aécio – não passa de mero cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou seja: para Dilma e os seus, Aécio não faz mais que cumprir o que cabe, por lei, a todo e qualquer administrador público.

A briga entre mineiros – nunca é demais lembrar que Dilma nasceu em Belo Horizonte – está sendo assistida com especial enlevo por um espectador: Serra!



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